Antevisões dos castigos vaticinados em La Salette e Fátima ‒
Beata Elizabeth Canori Mora
O véu que envolve os castigos anunciados em 1846 e em 1917, de alguma maneira foi levantado para a Bem-aventurada Elizabeth. O que ela viu fornece-nos subsídios para entender melhor o que Nossa Senhora previu depois na montanha de La Salette e na Cova da Iria. Com efeito, em 7-6-1815 Deus mostrou-lhe, mais uma vez, a punição que atraíam sobre a humanidade esses “lobos rapaces sob pele de ovelha, [...] acérrimos perseguidores de Jesus Crucificado e de Sua esposa a Santa Igreja”.
“Parecia-me — escreveu — ver todo o mundo em convulsão, especialmente a cidade de Roma. [...] O que dizer do Sacro Colégio? Por causa da variedade de opiniões, uns tinham sido dispersados, outros abatidos, outros desapiedadamente assassinados. De modo similar eram tratados o clero secular e a nobreza. O clero regular não sofria a dispersão total, mas era dizimado. Inumeráveis eram os homens de toda condição que pereciam nesse massacre, mas nem todos se condenavam. Muitos eram homens de bons costumes, e muitos outros de santa vida”.
Na festa de São Pedro e São Paulo, 29-6-1820, a Bem-aventurada contemplou profeticamente o Príncipe dos Apóstolos descendo dos Céus revestido dos paramentos pontificais e rodeado por uma legião de anjos. Com o seu báculo, traçou sobre a Terra uma vastíssima cruz, e aos quatro lados dela fez aparecer quatro árvores verdejantes, também com forma de cruz, envoltas numa luz brilhantíssima. Sob essas árvores-cruzes ficavam “refugiados e livres do tremendo castigo” todos os bons fiéis, religiosos e religiosas.
“Mas, ai daqueles religiosos e religiosas inobservantes que desprezaram as santas Regras, ai!, ai! porque todos perecerão sob o terrível flagelo. E digo isto de todos [...] que se entregam à libertinagem e vão atrás das falsas máximas da reprovável filosofia de hoje”.
Tão graves ameaças talvez pudessem parecer exageradas nos tempos da Bem-aventurada Elizabeth, em que, malgrado o avanço da Revolução anticristã, encontravam-se na Igreja numerosos santos e almas de virtude insigne. Assim, tais palavras parecem ditadas mais para este nosso triste início do século XXI. Quem, a rigor, sem auxílio de luzes proféticas, poderia imaginar que a crise na Igreja chegaria ao ponto que atingiu em nossos dias? À vista disto, compreende-se que Deus tenha querido manifestar especialmente Sua cólera e indignação à Bem-aventurada Elizabeth. Mas, infelizmente, tudo indica que, como em Fátima, a mensagem divina transmitida pela Bem-aventurada não foi levada devidamente em consideração.
Prosseguindo a narrativa da visão, ela relata que São Pedro voltou para o Céu. Então, na Terra “o firmamento ficou coberto de uma cor azul tenebrosa, que só de ver causava terror. Um vento caliginoso fazia sentir seu sopro impetuoso por toda parte. Com um veemente e tétrico silvo uivando no ar, como feroz leão com seu assustador rugido, fazia ressoar sobre toda a Terra o seu horripilante eco.
“O terror e o espanto porão todos os homens e todos os animais em um estado de supremo pavor, todo o mundo estará em convulsão e matar-se-ão uns aos outros, trucidar-se-ão mutuamente sem piedade. No tempo da sanguinária pugna, a mão vingadora de Deus pesará sobre esses infelizes, e com a sua onipotência castigará o orgulho, a temeridade e a desavergonhada ousadia deles; Deus servir-se-á das potências das trevas para exterminar esses homens sectários, iníquos e criminosos que pretendem derribar, erradicar a Igreja Católica, nossa Santa Mãe, pelas suas raízes mais fundas e jogá-la por terra [...].
A beata Isabel tinha grande devoção a este Nazareno “Deus rir-se-á deles e da sua maldade, e com um só aceno da sua mão direita onipotente punirá esses iníquos, permitindo às potestades das trevas saírem do inferno; e estas grandes legiões de demônios percorrerão o mundo todo, e por meio de grandes ruínas executarão as ordens da Divina Justiça, à qual estes malignos espíritos estão submetidos, de maneira que não poderão fazer nem mais nem menos dano do que permitirá Deus aos homens, aos seus bens, às suas famílias, às suas infelizes aldeias, cidades, casas e palácios, e qualquer outra coisa que subsistirá sobre a Terra [...].“Deus permitirá que esses homens iníquos sejam castigados através da crueldade de demônios ferozes, porque se submeteram voluntariamente à potestade do demônio e confederaram-se com ele para causar dano à Santa Igreja Católica. [...] Foi-me mostrado o horrendo cárcere infernal. Eu via abrir-se na maior profundidade da terra uma caverna tenebrosa e espantosa, cheia de fogo, de onde via sair muitos demônios, os quais, tomando uns uma figura e outros outra, uns de animal, outros de homem, vinham todos infestar o mundo e fazer por todas partes malefícios e ruínas [...]. Devastarão todos os locais onde Deus tem sido e é ultrajado, profanado, sacrilegamente tratado, onde se tem praticado a idolatria. Todos esses locais serão demolidos, arruinados, e perder-se-á todo vestígio deles”.
Fonte: http://aparicaodelasalette.blogspot.com